E-nxada
Espetáculo de circo contemporâneo que remete para a ruralidade, a sua desconstrução e imaginário sob um ponto de vista urbano e contemporâneo. Investigação artística através da relação do corpo e do objeto em cruzamento com a instalação plástica, composição sonora e iluminação.
Partindo da ideia do trabalho original e primário e do seu lugar no espaço urbano atual, escolhemos um objeto que cava os tempos até hoje – a enxada. Símbolo de trabalho, de ligação entre o passado e o presente, de repetição e equilíbrio comuns ao circo contemporâneo.
Uma alusão poética ao trabalho da terra através de um objeto/alfaia ancestral que relaciona o homem com a paisagem. Partimos do ritual, do esforço e resistência, para simbolicamente apresentar um qualquer ciclo agrícola. Cavar, semear, germinar, regar e colher. Através da desconstrução da enxada aludimos ao espírito da materialidade rural para o contexto urbano, crescentemente imaterial/evanescente. Recordar as origens, a importância da agricultura na fixação dos povos e do seu desenvolvimento e a relação do homem com a natureza. Dialéticas arcaicas/contemporâneas no território português em transformação acelerada. Onde fica o rural e para onde segue?