A cada edição, o FIS revela um universo onde o solo se desdobra em múltiplas linguagens num diálogo entre corpos, ideias e tempos. Aqui, cada artista é uma voz singular, que ecoa com a urgência do presente e a intuição do futuro, tecendo reflexões profundas, sociais, políticas e humanas.
Unimo-nos para partilhar olhares, sensações e presenças. Encontramo-nos em espectáculos, em convívios e conversas que nos permitem descobrir novos horizontes e perscrutar o mundo com olhos renovados.
Na Programação Paralela, o Aquecimento FIS inaugura a jornada. No primeiro fim-de-semana de Novembro, o Café Schmits ressoa com a melodia visceral d’O Manipulador, um viajante solitário pelas paisagens do rock alternativo, enquanto O Pátio Café acolhe a paródia filosófica de Alexandre Sá. Uatumã Fattori é o destaque do FIS + Montra - mostra de arte contemporânea de Vila do Conde, com quem o malabarismo se torna metáfora, a transparência se faz carne, e a improvisação se transforma em poesia, para ver no Mercado Municipal de Vila do Conde. Rodolfo Lopes e a sua exposição “Corpo-Máquina” é o destaque da Montra + FIS, numa exposição que invoca o mecânico e o natural, o industrial e o orgânico, para ver no Cine-Teatro Garrett durante o Festival.
As Práticas Abrangentes, o trabalho de formação artística promovido pelo FIS, convidam a dançar com Akira Yoshida, que transcende a linguagem do breaking; a brincar com as leis da física com Wes Peden, mestre do malabarismo contemporâneo; e a exercitar a escrita criativa, num processo dinâmico que comunica com o espectáculo em residência “Obrigada por terem vindo” de Mariana Dixe / Maratona e que será apresentado no FIS Festival em 2025.
Na Programação Central, “Aesthesic Waves” convida-nos a mergulhar na sinfonia das formas e dos ritmos, numa instalação da Sonoscopia onde o movimento se torna ilusão e a visão, som. Em parceria com o Cineclube Octopus, somos levados ao derradeiro concerto de Ryuichi Sakamoto, um adeus que ressoa na eternidade. A busca por sentidos íntimos e universais faz-se dança em “Oroimen” de Akira Yoshida, enquanto “UR·DIR” de Gravity Forms nos desafia a sentir o peso do tempo e da matéria. Núria Guiu, em “SPIRITUAL BOYFRIENDS”, faz do palco um espelho onde o yoga e a iconografia digital se encontram num jogo irónico e provocador. E sús leva-nos com a sua voz dos subúrbios da pop e do folclore por uma atmosfera híbrida de som e exploração. “Rollercoaster”, de Wes Peden, encerra a programação central do festival num espectáculo que invoca uma atmosfera de parque de diversões alucinado, cheio de cor e ritmos.
Pela primeira vez, trazemos ao FIS Diálogos Artísticos, uma conversa descontraída em torno de artistas e público onde analisaremos a “Criação a solo vs Criação de um solo”.
Encerramos esta celebração no Cine-Teatro Garrett, onde artistas, público e equipa se reúnem numa festa, guiados pelo som de Lessa, DJ sem fronteiras. Um momento de despedida que é também um prelúdio, quem sabe, de uma décima edição a ser vivida e sonhada.