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A Europa enfrenta profundos desafios ecológicos e ambientais. Estas mutações obrigam-nos a pensar a nossa pegada de carbono e, de forma mais consistente, reponderar o nosso estilo de vida e as nossas escolhas para o desenvolvimento. Obrigam-nos a (re)conectar-nos de uma forma diferente e urgente aos espaços que habitamos e às pessoas que lá vivem. Enquanto corpo ideológico, a ecologia social, compreendida como sinónimo de ecologia humana, prevê, entre outros princípios, um mundo que rearmoniza as comunidades humanas com o mundo natural, ao mesmo tempo que celebra a diversidade, a criatividade e a liberdade. Para tal transformação ecológica, precisamos de, coletivamente, criar as condições operativas para uma real transformação social e sustentável.
Perante estas questões ecológicas, o setor do circo contemporâneo, assim como a cultura em geral, continua a evoluir nas suas práticas. Desafia-se a implementar metodologias mais sustentáveis e éticas de colaboração, que possam contribuir para uma mudança de comportamento. Esta abordagem, implica o desenvolvimento de um renovado conjunto de capacidades, visando desenvolver novas abordagens criativas, científicas e colaborativas, ao contrário da formação académica e profissional em circo que, habitualmente, privilegia as competências técnicas. A hipótese que o HAND TO HAND pretende testar, é a criação de novas cooperações e novos modelos de entendimento através de uma ecologia social onde a arte - mais especificamente o circo contemporâneo - no espaço público possa contribuir para a transição do setor, contribuindo para a transformação metodológica de práticas atuais.
O projeto une quatro parceiros europeus, operadores culturais no domínio do circo e das artes performativas: Le Palc, um centro nacional de circo em França, ROOM 100 na Croácia, Bússola em Portugal e Helsingør Theatre na Dinamarca. O programa terá início em março de 2023, com uma duração de dois anos e meio. HAND TO HAND visa explorar a questão da sustentabilidade, através de espaços de aprendizagem e contextos experienciais de inovação e pesquisa para artistas de circo, nomeadamente artistas emergentes na sua prática criativa no espaço público, privilegiando o desenvolvimento de novas competências para iniciar a ambiciosa transição de metodologias e práticas artísticas no espaço público, visando a sustentabilidade.
Através de uma jornada sequencial de quatro ações exploratórias, seguidas de quatro residências imersivas, HAND TO HAND oferece espaço de experimentação como fruto de uma colaboração intersetorial, incluindo indústrias culturais e criativas, investigadores em ecologia e arte, bem como empresas privadas: Joseph Perrier (empresa de champanhe, França); Fila Arches (empresa de papel, França), Solana (empresa de salinas, Croácia), uma oficina de renovação de barcos de madeira e um pescador profissional (Dinamarca) e o contexto económico e social residente do Cais dos Bacalhoeiros (Ílhavo, Portugal).
O processo completa-se através de quatro momentos de encontro com o grande público, para a partilha de protótipos artísticos desenvolvidos durante as residências imersivas, proporcionando uma abordagem artística experimental integrada em quatro relevantes festivais europeus: Furies (França), LEME (Portugal), Passage (Dinamarca) e Peculiar Families (Croácia). Com o envolvimento de mentores, investigadores e outros profissionais, as ações de experimentação e boas-práticas serão disseminadas através de publicações regulares e um web-doc que irá acompanhar a evolução do projeto.
Mais informações sobre o projeto serão disponibilizadas durante o mês de março de 2023.
Le Palc, Pôle national cirque Châlons en Champagne (FR)
Bússola (PT)
Helsingør Teater (DK)
ROOM 100 (HR)
ARTCENA, (FR)
CNAC - Centre national des arts du cirque (FR)
Institut Français (FR)
23 Milhas/Município de Ílhavo (PT)
Furies (FR)
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